quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vazio

Eu me sentia tão vazia.
Era como se nada mais me importasse ou fizesse sentido.
De repente não existia mais nada. Amor ou amizade não significava mais nada, eram só palavras avulsas.
As palavras me fugiram da da boca… Os pensamentos se esconderam do meu cérebro.
Era como se eu fosse uma bexiga sendo esvaziada.
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Beijos,
Julia

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Amargamente doce

Eu estava sentada à beira da escada, devorando a caixa de bombons que estava em minha frente, chorando.
E então, alguém se aproximou... um garoto. Se sentou do meu lado.
Permanecemos quietos durante uns minutos, até que ele disse:
- Sabe, às vezes a vida nos decepciona, a vida não é fácil - ele sorriu, olhando pra mim. Pegou um bombom e disse: - basta nós decidirmos se queremos que o mundo continue amargo ou se queremos torná-lo doce.
Ele sorriu e se levantou, me deixando ali sozinha.
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Beijos,
Julia

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sorrisos, apenas sorrisos, mais nada

Sorri docemente.
Ele olhava pra mim, sorrindo. Era obviamente bonito, mas eu sorri, apenas sorri.
Aquele sorriso galeante, olhos penetrantes, as ruguinhas pequenas que se formavam vem volta de seus olhos quando ele sorria, tudo isso me faria balançar, me faria perder o rumo completamente.
Mas não mais.
Estranho!
Sorri de volta, apenas sorri.
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Beijos,
Julia

sábado, 30 de outubro de 2010

Longe

Eu andava naquela direção, o lugar onde eu nunca quis ir.
Eu ainda caminhava, estava com um bloco e uma caneta na mão.
Parei, havia chegado no meu destino. Respirei fundo e entrei.
De repente eu quis fugir dali, mas meus pés simplesmente não deixavam.
Sentei e encostei a cabeça ali, ali mesmo, na lápide. Olhei em volta, assustada.
"O que eu faço aqui?" me perguntava sem parar.
Talvez eu quisesse apenas um lugar para pensar, um lugar para escrever sobre a vida. O fato era que eu não havia ido ali porque eu quis, simplesmente tinha sido levada pelos meus pés, sem vontade própria.
Mas eu estava bem ali! No meio de tanta gente, mas na verdade no meio de ninguém.
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Beijos,
Julia

Formatura

Eu sempre tive medo. Sempre adiava aquilo, sempre!
Eu não queria que aquele momento chegasse logo, fiquei preocupada demais em como seria... em como seria difícil pra mim, em como seria ruim dizer adeus.
E agora, onde eu estava?
Eu estava no momento que eu temi durante boa parte do Ensino Médio, estava dizendo adeus, dizendo adeus pra tudo aquilo que eu vivi, dizendo adeus pra tudo, menos para as lembranças.
Eu estava na formatura, todos estavam lindos, elegantes, os meninos com cara de "bom moço" e as meninas com cara de "comportadas", e os pais... com o rosto todo orgulhoso.
Eu passei três anos temendo esse momento e achando que ele demoraria, porém, esse momento, o momento tão medonho que eu esperei tanto havia chegado, e quando tudo aquilo passou, eu percebi que havia exagerado, só tive medo, criei uma espectativa
enorme em algo e quando passou... simplesmente passou, sem outras palavras, passou.
Mas na verdade, só não havia percebido que passei com tanto medo daquele momento, que o que determinou que eu estava crescendo... foi o tempo que eu passei o temendo tanto!
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Beijos,
Julia

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Amigo

Amigos.
Quando se é criança tem um monte! Anda de mãos dadas, abraça e não tem medo de falar de amor. Declara amor a primeira pessoa que vê e ainda não sabe o significado da palavra amigo.
Adolescência.
Confusão, raiva, amor, sentimentos à flor da pele, inconsequência.
Você odeia todos, mas também os ama... o tempo todo! Declara amor à qualquer um e acha que seu amigo mais próximo é o mais fiel e eterno.
E então, o tempo passa de novo, você cresce, aprende como é a vida. Cuidamos da vida e da própria família, às vezes somos convidados para churrascos para falar de trabalho e filhos e recebemos ligações desejando tudo de bom no aniversário. E é ai que percebemos qual de todos é o nosso amigo de verdade!
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Beijos,
Julia

sábado, 9 de outubro de 2010

Esvaziei tudo

Eu chorava compulsivamente.
Estava sentada, com a cabeça entre as mãos, esvaziando meu corpo dos sentimentos ruins, das tristezas.
Me sentia meio mal ali, desprotegida... Como se estivesse nua e todos a minha volta conseguissem ver tudo de mim. Como se eu estivesse virada do avesso.
Elas perguntavam o que havia acontecido, e eu ali, sentada, querendo correr e não voltar mais, ou ao menos parar de chorar.
Mas não conseguia, não conseguia mais prender tanto sentimento dentro de mim
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Beijos,
Julia

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Amor, assim mesmo, simples e puro

Ela gaguejava, tentava falar as palavras, mas elas não saiam.
Eles estavam ali, sentados, conversando apenas. Conversando com olhares, mas estavam se entendendo assim, então...
Mas ela ainda tentava falar, sei lá, se sentia meio besta tentando falar tudo aquilo, nunca havia sentido isso por alguém.
Até que as palavras saltaram da sua boca, e quando ela percebeu, ela já havia dito:
- Eu amo você
Ela olhou para os lados, se sentindo meio boba por sentir isso por alguém.
Ele riu, e disse:
- É, eu também.
Alívio.
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Beijos,
Julia

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Amigos

A minha dor não me encomodava mais, eu estava com eles, nada mais me importava.
Eles riam das piadas sem graça e contavam histórias estranhas, mas estavam felizes e embora eu não estivesse, estava bem ali, somente bem.
Simplesmente estava triste, mas ali, naquele momento, a única coisa que me importava eram eles, pois perto deles, a dor que antes era tão grande dentro de mim, parecia quase insignificante.
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Beijos,
Julia

Abraço

Eu o abraçava.
Abraçava e torcia para que ele me apertasse com toda a força que podia!
Porque me apertando, eu me sentia protegida e tudo o que eu queria naquele momento era me sentir assim, parecia que eu era vulnerável à tudo ao meu redor, porém, percebi do que eu tentava me proteger, não era algo externo, era algo dentro de mim, no coração.
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Beijos,
Julia

Meu mundo

Se eu pudesse morrer naquele momento, seria isso que eu escolheria.
Não apenas pelo que ele estava me falando, claro que não! Aquilo eu aguentava e aceitava, mas eu não estava bem!
Eu teria que conviver com tudo aquilo! Com as mesmas pessoas, me perguntando o que havia acontecido, e eu não podendo explicar, mas eles esperando uma explicação. Eu não queria aquilo, naquele momento eu queria me afastar, me fechar no meu mundo, mas ninguém me entendia.
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Beijos,
Julia

Cicatriz

Eu olhava para suas costas.
Olhava para as costas dele, porque, afinal, era muito mais fácil encarar seus músculos do que seus olhos, eram mais fáceis de lida! Menos penetrantes e mentirosos.
Era difícil pensar em não olhar mais nos seus olhos, os olhos que me conquistaram e que eu sempre amei tanto, mas era necessário, não queria correr o risco de me iludir novamente, então, para o bem das cicatrizes que estavam abertas no meu coração, eu me recusava a olhar!
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Beijos,
Julia

Amigo especial

Algo me sufocava e eu não sabia o que era. Simplesmente me apertava e não me deixava respirar, viver.
Olhei para frente, ele estava lá, rindo com os amigos.
Ele olhou pra mim e sorriu. Seus olhos azuis me cativaram e me fizeram lembrar de outra época, numa época que eu era... feliz!
Saí correndo e o abracei.
Tudo o que eu precisava era de um abraço de amigo, alguém que me amasse de verdade.
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Beijos,
Julia

sábado, 4 de setembro de 2010

A lua

Ele estava ali, sentado, olhava para a lua, inquieto. Estava linda! Simplesmente deslumbrante!
Ele pensava nela, pensava em tudo! Pensava em como havia sido horrível a sua perda! De repente foi dominado por algo: saudade! Saudades de tudo, das brigas, risos, choros, passeios, broncas... que saudade!
Então, ele lembrou de algo, uma cena que ocorrera a tantos anos atrás:
"Era uma tarde linda, o sol brilhava no alto do céu, mostrando o quão lindo o dia estava.
Os dois corriam e riam. Eram tão felizes ali!
De repente, pararam, e ficaram ali, abraçados.
E ela então sussurrou para ele:
- Eu sempre te amarei, sempre!"
A lua ainda estava lá, rodeada de estrelas. Foi naquele momento, sentado na cadeira de balanço, que ele percebeu, percebeu que ela sempre estaria com ele, cumprindo o que havia prometido, porque, afinal, eles sempre se amariam, até além da eternidade!
E ele então, sentiu algo, a presença dela! Sua mãe também estava ali, admirando a lua e cumprindo o que havia prometido, que o nunca o deixaria, nem depois da morte.